terça-feira, 18 de agosto de 2009

Orgia Digital 1

O Verão não vai quente e o prazer continua ausente.



Que faço Mariazinha? Escrevo num blogue, incendeio a cama, que me gela toda a semana, ou limpo a cozinha?



Abro a janela virtual, teclo umas letras banais, já sei que saem poemas de treta, que se lixe a cozinha, vou ficar aqui como a carochinha, bem vestida para cima, na parte digital, aí como sou boa a dizer mal, mas nua em baixo, na zona que escondo, onde o prazer faz um jogo atrevido com a cadeira, roço-me nela enquanto vou mexendo no caldeirão a noite inteira.




Já despachei o calmeirão, que lá dentro brinca com as criancinhas, mas, ó meu Deus, não me aparece o João Ratão para eu sentir qualquer coisinha. Já sei, outra gulosa electrónica deitou-lhe a mão ao passar. Despudorada, cabra, mal casada, quem se julga ela para numa sessão privada me roubar o deleite da minha janela e o meu prazer sufocar? Acabo já com a panela, parto a loiça, e vou-me a ela, teclo já aqui umas letrinhas bem venenosas que vão alarmar todas as vizinhas gulosas. Olha elas, sedentas de uma boa escandaleira vão voar que nem moscas numa lixeira.



Estou pelos cabelos, não se me arruma a cozinha, o poema destalhou, lá de dentro já me chamam, com uma irritante vozinha, e orgasmo não chegou.



Desligo as luzes de mansinho, mas antes, ai que querida, minha amiga, deixo ficar muitos beijinhos. Amanhã volto.

Sem comentários:

Enviar um comentário